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sábado, 9 de abril de 2011

DA CAVERNA E OUTROS ESCONDEIRIJOS.


"...entrou numa caverna, onde passou a noite (...); e eu fiquei só..." 1 Reis 19.9-10

A caverna é aquele lugar para onde a gente vai, na tentativa de nos proteger.

Sim. Corremos pra lá quando a vida nos ameaça a vida.

Entramos nela para nos preservarmos de alguma coisa que nos é exterior.

Elias foi pra lá.

Elias entrou nela.

E quase lá morreu.

O grande paradoxo da caverna é este. Sendo, pois em nós, uma construção de proteção e preservação, quando entramos nela corremos o risco de lá morrer. Sim, o que devia nos proteger, acaba por nos destruir.

Pois a caverna tira de nós a realidade que acontece em nós e ao nosso redor. Quando entramos nela perdemos a perspectiva do que a vida oferece. A perspectiva daquilo que somos em Cristo.

A caverna nos remete a uma solidão irreal. Pois, Elias assim pensa: “Estou sozinho”. A solidão irreal é aquela que nos faz olhar para dentro de nossa condição, pois não há lugar mais inabitado do que o próprio interior. Todavia, mesmo sendo assim, assim não somos da perspectiva do Espírito Santo.

O grande medo que a gente enfrenta na vida é ficar sozinho. Pois a solidão, em todas as suas manifestações, é o maior atentado contra a realização do ser, pois ninguém pode ser feliz sozinho, pois a comunhão em todas as suas manifestações é o que promove em mim a realidade daquilo que sou, e posso vir a ser. Ninguém pode nada sozinho.

Algumas vezes fugimos das pessoas, na ânsia de encontrar pessoas. Sim. Elias foge pra caverna com medo de uma mulher violenta, mas na realidade, ele queria estar com mais alguém, que possibilitasse a ele viver a vida que estava designada a viver. Ele queria mais alguém como ele. Por isso reclama que está só. Quando ele reclama, ele diz que está sozinho.

Algumas vezes a gente não quer só gente do nosso lado, a gente quer gente como a gente e com a gente. Gente que não só compartilhe coisas com a gente, mas que compartilhe da gente – da nossa vida, da nossa alegria, da nossa tristeza, do nosso fracasso – simplesmente, da gente.

Ora a caverna não me protege. Ela me isola. E uma vez isolado, só Deus me tira de lá.

A caverna é a clausura da própria felicidade. E a felicidade não são os momentos de alegria, nem transições de sentimentos de bem estar. Felicidade é saber o propósito da nossa existência e permanecer nele, ao ponto que ele (o propósito) cumpra em nós nosso maior chamado: Abençoar pessoas.

Quem na caverna entra, foge deste chamado primordial da vida, e olha para a vida, como se a vida lhe devesse explicação. Deus não deu explicações a Elias. Apenas o chamou pra fora. Sim.

Hoje é o dia de sair da caverna.

Todavia sair de lá requer a nossa permissão para a ação de Deus. Requer que sejamos convencidos, por Deus, que não temos razões – ainda que razões existam – para nos escondermos na caverna. A pergunta de Deus a Elias é: “que fazes ai...?”

Um Deus que age no silêncio do próprio coração. No silêncio da própria caverna.

Sair da caverna é entender que não estou sozinho. Há outros como eu, que sentem a vida em todas as suas formas, e continuam vivendo. Lutando.

Sair da caverna é ver Deus agindo, mesmo que não O vejo onde gostaria de ver, mas vejo-O agindo em mim, nas decisões de vida que tomo diariamente.

Sair da caverna é ir ao encontro da minha vocação, enquanto ser criado por Deus, e fazer o que antes, era improvável que eu pudesse fazer. Sim. Elias sai da caverna e cumpre sua vocação com mais intensidade. Acaba arrebatado depois.

Sair da caverna é perceber que a história não é fatídica, ela é planejada por Deus, para que minha existência não seja um acaso, seja um dom.

Então, saia da caverna hoje.

Pense nisso.

2 comentários:

  1. maravilhoso pra marcelo...me sintia dentro de uma caverna.....achando q Deus não me ouviria lá.....mas hj tenho certeza q ele me viu e me ouviu...consegui sair de onde eu estava....

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  2. Graça e paz pastor, é muito bom ler seus estidos, o Senhor é uma benção.
    Glória a Deus.
    Mnistério Palavra e Propósito.

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