FACEBOOK

quinta-feira, 25 de março de 2010

HAITI

Minha chegada no Haiti foi impactante. Já vi muita pobreza, em varias partes do mundo, principalmente na África, aonde já trabalho há 10 anos. Mas o que vislumbrei aqui ainda não tinha visto nada parecido. Desde o aeroporto percebi que a minha estadia aqui seria marcante. Tudo destruído, não só pelo terremoto, mas pelas dezenas de anos de abandono publico e pobreza patológica. A cidade de Porto Príncipe, composta por pessoas dignas e maravilhosas, que são os haitianos, entretanto, e um amontoado de lixo e sujeiras pelas ruas. A cidade e caótica. Quase não possui energia elétrica, as suas ruas, em grande maioria, não possuem asfalto.


A convivência de pessoas com os animais na rua e a mais integrada possível. A impressão que se tem, em alguns momentos, e que tudo e a mesma coisa. Impossível perceber a inconveniência que tal convivência gera. A pobreza e a miséria fazem parte do cotidiano desta nação. Os alimentos são caríssimos. Um frango pode custar ate 20 dólares, um kilo de arroz ate 15 dólares. Nos pouquíssimos restaurantes que resistiram ao terremoto, e com um funcionamento e higiene duvidosos, uma refeição pode custar ate 70 dólares por pessoa, refeição esta composta de uma pequena porção de arroz ou purê de batata, feijão e um pequeno pedaço de carne ou frango.

Entretanto a simplicidade das pessoas chega a incomodar-me. Incomoda-me pelo fato de que eu estou domesticado pelas vaidades e o luxo de um mundo consumista e capitalista. Estar diante desta pobreza, que gera gente simples, causa-me certo desconforto por expor-me a minha própria arrogância de achar que minha vida, em alguns momentos e ruim. Não, não tenho uma vida ruim. Minha vida e muito boa. Enquanto escrevia este texto, estou olhando para um pastor haitiano, visivimente vestido com roupas que não são do tamanho dele, fiquei pensando no que será do amanha dele.

A única esperança que percebo que existe no olhar de cada Haitiano, de cada criança, de cada pastor que tive a oportunidade de conhecer ate o momento, e a consolação da Palavra de Deus, e de um Deus que não abandona aqueles que o ama.
Por onde começar alguma coisa aqui, que possa ajude, no mínimo possível, um mínimo de pessoas possíveis? Este e o grande desafio no Haiti, pois não há como ou por onde começar, pois tudo precisa de um começo.

O terremoto não abalou só o Haiti. Este terremoto abalou a minha vida, e a vida de dezenas de milhares de pessoas que estão aqui no Haiti, ou em outras partes do mundo, reconhecendo que a única forma de servir a Deus de verdade, e servindo aqueles que ele ama e que estão em situações de grave situação de existência. Tudo que fazemos para Deus, so pode ser traduzido por ações que vão ao encontro da humanidade.

Bondye Beni Haiti
(Kreole: Deus Abençoe o Haiti)
Pr. Marcelo Satiro
Pour au Prince - Haiti

Um comentário:

  1. Deus envia sinais. Cabe aos homens saber interpretá-los.
    "Tudo o que fizermos ao mais pobre dos homens é a mim que o fazes."
    Parabéns pela inciciativa do blog.
    Sabemos que muita coisa teremos ainda de viver para que o homem creia verdadeiramente no filho de Deus.
    Abraço do Brasil
    Angel

    ResponderExcluir

Deixe aqui seu comentário. Lembre-se, este é um espaço para opiniões relacionadas ao texto em si.Obrigado.